Que tal conhecer os “points” da Semana Modernista?

Que tal conhecer os “points” da Semana Modernista?

Cem anos depois, é possível ver os lugares frequentados pelos criadores da Semana de 22. Anote o roteiro dos modernistas no Centro de São Paulo, e faça um tour cultural a pé, conhecendo mais sobre esse movimento tão importante .

Lugares que aparentemente estão do mesmo jeito que da época dos Modernistas

Na Rua Barão de Itapetininga, a rua de comércio mais glamurosa até a década de 1960, no  número 262, um prédio de quatro andares construído em 1913 está do mesmo jeito.

Atrás do Theatro Municipal  ergue-se, desde 1923, mantendo a aparência externa, o imponente prédio “Ermírio de Moraes”. O nome justifica-se, pois ali estiveram instalados, a partir de 1963, os escritórios das Indústrias Votorantim. O edifício hoje pertence ao Governo do Estado de São Paulo, e sedia a Secretaria de Agricultura e Abastecimento e a de Turismo e Viagens. O majestoso prédio foi construído pela família Guinle para ser o luxuoso “Hotel Esplanada”, que já deu nome inclusive para a praça.

No Largo do Paissandú, o  restaurante Ponto Chic também está completando 100 anos, mantendo a aparência externa de cem anos atrás. Os Modernistas também frequentavam o local.

Na avenida São João, da mesma forma de quando foi construído no final  do século XIX, agora incrustado entre prédios do século XXI, está o Conservatório Musical de São Paulo, onde Mário de Andrade foi aluno e depois professor.

Na Rua Líbero Badaró, atual 452, na época número 67, fica o prédio de três andares onde nos fundos do terceiro andar esteve instalada a garçonnière de Oswald de Andrade. O prédio ainda está igual, mudou o uso. Hoje a sala é ocupada por uma escola de formação de bombeiros civis. Ali, em 1917, era o local onde vários Modernistas se reuniam. Falavam de tudo, política, arte, projetos literários, isto é, quando Oswald de Andrade, o responsável pelo apartamento, não estava utilizando o local para encontros amorosos.

Na mesma rua, no atual 332, na época 111, a placa da Jornada do Patrimônio nos indica que foi ali, no salão daquele prédio pertencente ao Conde de Lara, que aconteceu de 12 de dezembro de 1917 a 11 de janeiro de 1918 a exposição de Anita Malfatti, com 53 obras de arte moderna.

A mostra foi bastante visitada. Escultores, pintores consagrados estiveram presentes e, no dia 17 de dezembro, Altino Arantes, presidente de Estado (governador) assinou o livro de presença. Mas houve uma crítica bastante  dura de Monteiro Lobato, publicada em 20 de dezembro no jornal O Estado de S. Paulo. Externamente, o prédio está do mesmo jeito, só o salão onde aconteceu a exposição hoje é ocupado por uma lanchonete. Comenta-se bastante a crítica que Monteiro Lobato fez a Anita Malfatti. Ficou a impressão que Monteiro Lobato era totalmente contra a modernidade, o que não é verdade. Naquele mesmo espaço, entre outubro e novembro daquele mesmo ano, Monteiro Lobato realizou um concurso para escolha de ilustração para seu livro O Saci, bastante moderno pela temática e pela busca de identidade nacional, com saci, em vez de fadas, duendes, gnomos. Anita foi uma das concorrentes. Não venceu, mas ganhou vários elogios, mais do que o vencedor, o italiano Cippicchia.

Para quem gosta do tema, várias exposições estão acontecendo como :

Na Galeria de Arte da Fiesp, na Avenida Paulista,” está sendo apresentada desde 10 de dezembro de 2021 até 19 de maio de 2022 a exposição “Era uma vez o Moderno”, que inclui não apenas a Semana de Arte Moderna, mas todo o período de 1910 a 1944.

No Palácio dos Bandeirantes, sede do governo paulista, exibe até 30 de junho, de segunda a sexta, das 10h às 17h e aos sábados das 11h às 16h a exposição “Caminhos do Modernismo- Acervo dos Palácios”. Estão expostas 55 obras, destacando “Ventania” de Anita Malfatti, que esteve exposta na Semana de 22.

No CCBB, até 7 de março, de quarta a segunda, das 9 às 19h, está em cartaz a exposição “Brasilidade -Pós Modernismo”, com 51 obras de consagrados artistas, legado deixado pela Semana de 22.

As três exposições com entrada franca

 

Fonte:  A Vida no Centro

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